USO DE PROBIÓTICOS PARA TRATAMENTO DE DERMATITE ATOPICA
Resumo
A dermatite atópica (DA) é uma doença cutânea inflamatória crônica e recorrente, caracterizada por prurido e ressecamento. Sua patogênese envolve fatores genéticos, ambientais e um desequilíbrio imunológico (predominância Th2), frequentemente associado a alterações no microbioma intestinal. Este artigo tem como objetivo analisar a eficácia do uso de probióticos como estratégia adjuvante no manejo da DA. Trata-se de uma revisão sistemática da literatura , conduzida conforme as diretrizes PRISMA , utilizando a base de dados PubMed. Os quatro estudos incluídos (todos ensaios clínicos randomizados, duplo-cegos e controlados por placebo) demonstraram resultados variados, mas predominantemente positivos. Cepas como Lactobacillus rhamnosus GG e Lactobacillus casei resultaram em melhora significativa da gravidade da DA, redução do escore SCORAD e modulação favorável da resposta imune em crianças. Em adultos, o Lactobacillus plantarum IS-10506 também levou à redução do SCORAD e melhora da função de barreira cutânea. Um estudo com Bifidobacterium bifidum PRL2010 não preveniu a incidência, mas atenuou a gravidade da doença naquelas crianças que a desenvolveram. A eficácia terapêutica dos probióticos é sustentada pela capacidade de modular as vias Th2, Th22 e Th17 e restaurar o equilíbrio do eixo intestino-pele. As evidências mostram que os efeitos são cepa-dependentes e idade-dependentes. Embora os probióticos sejam seguros e bem tolerados, as variações metodológicas limitam as conclusões definitivas. O uso de probióticos é uma estratégia promissora e segura no manejo da DA como terapia adjuvante aos tratamentos convencionais. No entanto, estudos futuros mais rigorosos são necessários para consolidar seu papel na prática clínica.
Palavras-chaves: Dermatite Atópica. Probióticos. Modulação imunológica. Microbioma intestinal
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